Aqui vai encontrar divulgação Científica em todas as Áreas de Atividade Científica, Disciplinas e Domínios de Especialização, Investigadores, Metodologias, Investigação, Projetos, Universidades, Bolsas, Lusofonia e Internacionais.

Investimento em ciência atinge máximo histórico de €3000 milhões em Portugal

A despesa total em investigação e desenvolvimento (I&D) em Portugal atingiu um máximo histórico de cerca de 3000 milhões de euros em 2019, o que equivale a 1,41% do PIB, revela o último Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional (IPCTN). O crescimento global foi de 8% em relação a 2018 e destacou-se em particular nas empresas, onde a despesa aumentou 10%, passando a representar 53% da despesa nacional em I&D.

Ao mesmo tempo, o número de investigadores passou de 9,1 para 9,6 por mil trabalhadores ativos, valor acima da média da União Europeia (8 investigadores por mil ativos), e nas empresas teve um aumento de 15%. “Este é o resultado mais importante de 2019 e não se trata apenas de um crescimento em volume, porque hoje há muito mais empresas portuguesas a investir na ciência e na inovação”, afirma Manuel Heitor ao Expresso. O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior acrescenta que no IPCTN de 2019 “houve 3740 empresas que reportaram despesas em I&D, quase o dobro de há dez anos”.

Manuel Heitor sublinha que “estes resultados mostram como é evidente a relação entre o investimento em ciência e a criação de emprego qualificado”. Quanto ao máximo histórico de 1,4% do PIB gasto em I&D, o governante constata que Portugal “já recuperou da crise de 2011-2015 e está mesmo acima da Espanha e do Reino Unido”, que gastaram apenas 1,2% do PIB no ano passado. “Em todo o caso, a média da UE é de 2% e o grande desafio para o nosso país é manter este ritmo de crescimento durante uma década, para convergir com a média europeia”.

PANDEMIA VAI TER IMPACTO REDUZIDO

E os efeitos da covid-19 em 2020? “Não estou muito preocupado porque nas empresas que investem em investigação o impacto da pandemia não foi tão relevante, bem pelo contrário, as tecnológicas e as farmacêuticas cresceram mais”. Por outro lado, “o pacote de recuperação económica em Portugal vai apostar muito nestas áreas do conhecimento”. Em todo o caso, “o nosso problema é mesmo a capacidade de execução das verbas envolvidas neste pacote e a capacidade de atrair recursos humanos qualificados”.

O relatório do IPCTN 2019 reconhece que o aumento da despesa privada em I&D “reflete o crescimento do emprego qualificado nas empresas e o esforço do setor privado em acompanhar o desenvolvimento científico e a capacidade tecnológica instalada em Portugal”. Mas reflete também “a prioridade política dada ao desenvolvimento científico e tecnológico e ao ‘Compromisso com a Ciência e o Conhecimento’ e a ‘Estratégia de Inovação Tecnológica’ do Governo”.

Elemento fundamental desta estratégia “é o reforço dos recursos humanos”, diz o relatório, revelando que “foram registados 50.431 investigadores em equivalente a tempo integral” – mais 6% do que em 2018 – incluindo quase 20 mil investigadores nas empresas. Apesar de Portugal estar acima da UE em termos de número de investigadores por mil habitantes, “a despesa por investigador (o salário) é mais baixa do que a média europeia”, esclarece Manuel Heitor.

Virgílio Azevedo ( Redator in EXPRESSO)